Riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional: por que é essencial buscar ajuda especializada

Com o crescimento exponencial do acesso à internet e às redes sociais, tornou-se comum que adolescentes, jovens e até adultos se identifiquem com descrições de transtornos neuropsiquiátricos vistas em vídeos, posts e testes online. Essa onda de identificação, embora represente um desejo legítimo de autocompreensão, levanta um ponto de alerta importante: os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional. A popularização de conteúdos sobre TDAH, autismo, ansiedade e TOC, muitas vezes fora do contexto clínico adequado, pode levar a diagnósticos incorretos e, por consequência, a tratamentos equivocados ou ausência de intervenções necessárias.
O conhecimento sobre neurodiversidade precisa ser disseminado com responsabilidade, sobretudo quando falamos dos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional. Um diagnóstico correto é mais do que um rótulo; ele é a chave para o acesso a intervenções eficazes, compreensão familiar e escolar, planejamento terapêutico e respeito às singularidades de cada pessoa. Sem uma análise profissional cuidadosa, o que parece um caminho de libertação pode se tornar uma armadilha silenciosa.
Riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional e os perigos da desinformação digital
Vivemos em uma era em que as redes sociais são fontes de informação, conexão e pertencimento. No entanto, quando se trata da saúde mental e do neurodesenvolvimento, os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional se intensificam diante da superficialidade de alguns conteúdos. Um vídeo de 30 segundos que lista comportamentos “comuns em autistas”, por exemplo, não é capaz de captar a complexidade dos critérios diagnósticos estabelecidos pelo DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais).
Os sinais clínicos que definem transtornos como TDAH, autismo ou transtornos de ansiedade não podem ser interpretados isoladamente. A mesma dificuldade de concentração, por exemplo, pode ser causada por TDAH, ansiedade, estresse ou até mesmo por uma rotina disfuncional. Sem avaliação profissional, as pessoas podem confundir traços com transtornos, o que configura um dos principais riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional.
Diagnóstico não é autoetiqueta: exige análise multifatorial
Os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional também envolvem a banalização dos critérios clínicos. Diagnosticar uma condição do neurodesenvolvimento requer um processo rigoroso, com base em entrevistas clínicas, uso de instrumentos validados, observações comportamentais e análise funcional do impacto dos sintomas na vida da pessoa. Esse processo é muito diferente de fazer um teste online ou de se identificar com uma lista de comportamentos em uma postagem.
Além disso, o diagnóstico envolve entender se os sinais estão presentes em mais de um ambiente (como casa, escola e relações sociais), há quanto tempo existem, com que intensidade ocorrem e de que forma interferem na funcionalidade. Quando alguém ignora esse percurso e se autoidentifica apenas com base em conteúdo digital, os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional se concretizam em decisões equivocadas, desde o uso inadequado de medicação até mudanças radicais de comportamento baseadas em uma percepção incorreta de si.
Meninas, ansiedade e a invisibilidade diagnóstica
Um dos aspectos mais delicados relacionados aos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional está na diferença de manifestações clínicas entre meninos e meninas. Muitos conteúdos disponíveis online, por exemplo, descrevem sinais de TDAH baseados em comportamentos externalizantes, como agitação motora, impulsividade e desatenção visível. No entanto, meninas com TDAH frequentemente apresentam sintomas internalizantes, como distração silenciosa, insegurança, excesso de preocupação e timidez. Por isso, é comum que essas meninas passem despercebidas, sendo rotuladas como “ansiosas”, “distraídas” ou “emocionalmente frágeis”.
Essa diferença de manifestação reforça a importância de uma avaliação profissional. O profissional qualificado será capaz de diferenciar se o que está sendo vivido é ansiedade, TDAH ou ambas as condições coexistindo. A falta dessa análise detalhada é um dos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional que mais afeta meninas, levando ao atraso no diagnóstico e ao sofrimento prolongado.
Atração pelo pertencimento e os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional
Buscar pertencimento é um desejo humano universal. Quando jovens se deparam com vídeos que dizem “se você age assim, talvez você tenha TDAH”, eles podem encontrar uma explicação que alivia a sensação de inadequação que carregam. Esse sentimento de identificação não deve ser ignorado, mas sim conduzido com cuidado. Os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional surgem quando essa identificação se transforma em certeza, sem questionamentos ou validação.
É importante compreender que o diagnóstico verdadeiro não anula o sofrimento de quem se identifica com sintomas vistos online, mas traz um entendimento mais completo e direcionado. Em vez de reforçar uma etiqueta, a avaliação profissional oferece um mapa que ajuda a pessoa a compreender suas forças, desafios e possibilidades de desenvolvimento. Por isso, os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional não estão apenas na possibilidade de erro, mas no que se perde ao deixar de olhar a história com profundidade.
O papel das famílias diante dos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional
Famílias frequentemente se sentem inseguras quando filhos adolescentes chegam com a convicção de que têm TDAH, autismo ou outro transtorno, com base em conteúdos da internet. A primeira reação, muitas vezes, é negar ou repreender. No entanto, a melhor resposta é a escuta aberta. Validar a experiência emocional que motivou essa autoidentificação é o primeiro passo para conduzir a situação com segurança.
O segundo passo é explicar que qualquer hipótese precisa ser investigada por profissionais. Esse é um ponto central para reduzir os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional. Levar o filho a um psicólogo, psiquiatra ou equipe multidisciplinar é uma atitude de cuidado e não de desconfiança. Mostrar que o diagnóstico correto pode abrir caminhos para apoio escolar, terapêutico e emocional é uma forma de acolher sem estimular decisões precipitadas.
A escola e os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional
Educadores e coordenadores pedagógicos também precisam estar atentos aos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional. Um estudante pode declarar que tem TDAH por ter assistido a vídeos nas redes, ou uma criança pode dizer que é autista porque se identifica com colegas neurodivergentes. A escola não deve ignorar essas falas, mas deve tratá-las como um convite ao diálogo e à escuta.
É importante que a instituição oriente as famílias a procurar avaliação profissional e que ofereça suporte durante esse processo. Além disso, a escola pode promover ações educativas sobre saúde mental, neurodiversidade e senso crítico no uso de conteúdos digitais, diminuindo assim os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional entre os estudantes.
Profissionais de saúde e responsabilidade ética
Psicólogos, psiquiatras, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais têm um papel fundamental no combate aos riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional. Ao receber um paciente que chega com um rótulo autoatribuído, o profissional deve escutar com empatia, mas também conduzir uma avaliação cuidadosa, com base em instrumentos padronizados e análises contextuais.
Além disso, é importante que esses profissionais contribuam para a produção e divulgação de conteúdo responsável nas redes. Quanto mais vozes especializadas estiverem presentes nos espaços digitais, menores serão os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional por parte do público leigo.
Analogias que ajudam a compreender os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional
Uma boa analogia para explicar os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional é pensar em sintomas físicos. Imagine alguém com dor de cabeça constante que, após buscar no Google, conclui que tem um tumor cerebral. Essa pessoa pode começar a tomar atitudes drásticas, como abandonar o trabalho ou iniciar medicamentos por conta própria, quando na verdade a causa da dor poderia ser tensão muscular ou visão cansada.
No caso da saúde mental e dos transtornos do neurodesenvolvimento, o processo é ainda mais delicado. O sofrimento psíquico não pode ser reduzido a uma lista de sintomas. Precisa ser analisado em sua origem, contexto e repercussão funcional. Quando o autodiagnóstico toma o lugar da avaliação clínica, estamos entregando decisões importantes a uma bússola desregulada.
Transformando curiosidade em cuidado estruturado
A curiosidade sobre si mesmo é saudável. Buscar compreender como pensamos, sentimos e reagimos faz parte do crescimento humano. O problema começa quando a curiosidade é substituída pela certeza sem critério. Os riscos de autodiagnóstico sem avaliação profissional nos mostram que informação sem orientação pode mais confundir do que esclarecer.
Precisamos ensinar crianças, adolescentes e adultos a interpretar o que consomem digitalmente com senso crítico e apoio técnico. Mostrar que não há vergonha em buscar ajuda, que o diagnóstico não define o valor de ninguém e que as respostas verdadeiras vêm com tempo, escuta e análise é o caminho para promover dignidade e saúde.
Assinatura Oficial da Autora
Artigo escrito pela Dra. Letícia Bringel, psicóloga especialista em Autismo (CRP 23/504), Mestra em ABA pela PUC/GO, Supervisora CABA BR 2024/005 e CEO do Grupo Estímulos e da Comunidade Estímulos Brasil.
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