Transtorno de Oposição Desafiante (TOD): Compreendendo o que é e como lidar com ele

O Transtorno Opositivo Desafiador (TOD) é uma condição psiquiátrica caracterizada por comportamentos disruptivos, padrão global de desobediência e hostilidade, sendo presentes comportamentos desafiadores, dificuldades em aceitar regras, falta de controle quando as coisas não seguem da forma que desejam, incomodando deliberadamente os pares à sua volta, cujo sinais e sintomas podem aparecer na fase pré-escolar. Cabe salientar que, alguns comportamentos relacionados a desobediência, dificuldades em seguir regras, entre outros, são bem explicados pelo processo de maturação cerebral e desenvolvimento da área responsável pelo gerenciamento emocional, ocorrendo assim na primeira infância. Contudo, quando a frequência e a persistência dos sintomas excedem os níveis considerados normais para a idade, é primordial uma avaliação assertiva e diagnóstico diferencial para a condução do caso.

Sintomas principais do Transtorno de Oposição Desafiante

Destaca-se alguns dos comportamentos que incluem o Transtorno de Oposição Desafiante (TOD):

Humor raivoso/irritável;
Comportamento questionador/desafiante;
Questionamento a figuras de autoridade;
Incomoda deliberadamente outras pessoas;
Índole vingativa.

O transtorno pode ser classificado em três níveis de gravidade:

Leve: Os comportamentos limitam-se a apenas um ambiente (casa ou escola);
Moderado: Os sintomas se manifestam em pelo menos dois ambientes;
Grave: Alguns sintomas estão presentes em três ou mais ambientes.

Causas do TOD

Embora as causas exatas do Transtorno de Oposição Desafiante ainda não sejam totalmente conhecidas, existem fatores de riscos que estão inteiramente ligados à incidência de casos, tais como: ambientais, genéticos e neurofisiológicos. Além disso, um ambiente familiar conturbado, abusivo ou negligente é considerado um fator de risco significativo, bem como, a falta de consistência nas regras familiares e a exposição a ambientes instáveis ou conflituosos podem contribuir para o desenvolvimento dos sintomas.

Tratamento do Transtorno Opositivo Desafiador

O tratamento em casos TOD é multiprofissional, cujo acompanhamento de profissionais da psicologia, neuropediatria, psiquiatria infantil e psicopedagogia, se fazem necessários para uma intervenção e prognóstico assertivo. Outro ponto fundamental, é o envolvimento e compromisso familiar com o plano de tratamento, sendo essencial que os pais ou responsáveis trabalhem juntamente com os demais profissionais, aprendendo estratégias para manejar os comportamentos e sintomas emitidos no cotidiano.

Intervenções sugeridas:

Psicoterapia: Terapias comportamentais, como a terapia cognitivo-comportamental, são úteis para ensinar a criança a lidar com a frustração e desenvolver habilidades sociais.
Terapia familiar: Fundamental para melhorar a comunicação e a interação entre pais e filhos. A terapia ajuda a criar um ambiente mais estável e estruturado em casa.
Treinamento escolar: A escola também desempenha um papel crucial no tratamento, oferecendo suporte psicológico para professores e funcionários, além de criar estratégias para melhorar o relacionamento do aluno com os colegas e as regras da instituição.
Acompanhamento médico/psiquiátrico/neurológico: Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados para ajudar no controle da impulsividade e no manejo das emoções. Contudo, o uso de remédios deve ser cuidadosamente monitorado por um profissional especializado na área.

Dicas práticas para lidar com o TOD

Para pais e educadores que lidam com crianças que fazem parte do Transtorno de Oposição Desafiante, algumas estratégias podem ser úteis visando reduzir comportamentos desafiadores e promover uma convivência saudável:

Comunique-se de forma clara e objetiva: Seja direto ao dar instruções e mantenha a consistência nas regras. A clareza ajuda a evitar mal-entendidos e rebeldia.
Elogie comportamentos positivos: Reforce as atitudes adequadas com elogios, incentivando a criança a adotar comportamentos desejáveis.
Mantenha a calma e a paciência: Evite entrar em confrontos desnecessários. Manter a calma diante dos desafios pode ajudar a criança a se acalmar e refletir sobre o comportamento.
Evite punições físicas: As punições físicas podem agravar os comportamentos agressivos e desafiadores. Em vez disso, foque em consequências naturais e consistentes.
Estabeleça limites claros e previsíveis: A criança precisa saber o que é esperado dela e as consequências de seus atos.

Consequências da falta de tratamento adequado

Caso o TOD não seja tratado adequadamente, os prejuízos podem se estender à adolescência e à vida adulta. A criança pode desenvolver problemas de aprendizagem, comportamentos ainda mais disruptivos e até outros transtornos que surgem como comorbidades, como Transtornos Depressivos e evolução para um possível Transtorno de Conduta, que envolve violação das leis e comportamentos violentos. O tratamento precoce é fundamental para evitar complicações a longo prazo.

Diferenciando o TOD de outros transtornos

É importante distinguir o TOD de outros transtornos comportamentais, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Crianças com TOD tendem a desafiar as figuras de autoridade de forma intencional, buscando provocar reações desapropriadas nos outros. Já as crianças com TEA, embora possam apresentar comportamentos disfuncionais e inapropriados para o meio social, essas ações estão ligadas aos prejuízos no neurodesenvolvimento, afetando o desenvolvimento esperado para a sua faixa etária.

Conclusão

O Transtorno de Oposição Desafiante pode ser difícil para a criança, seus pais, educadores e pessoas do seu convívio de modo geral. Portanto, mediante o diagnóstico precoce e intervenções adequadas, é possível promover melhorias significativas no comportamento e na qualidade de vida da criança e das pessoas que a acompanham. A chave principal para lidar com o transtorno, é um tratamento integrado à família, escola e profissionais especializados. Se você suspeita que uma criança ou adolescente possa ter sintomas de TOD, buscar ajuda profissional é o primeiro passo para garantir um futuro equilibrado e saudável.